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Os milhares de ainda não-nascidos 
a despedida ao Senador Edward Moore Kennedy

(8/26/09)

Foi com surpresa e espanto, embora já previsto, que acordei e soube da morte de Ted Kennedy. Minha inspiração tem andado meio grogue desde a morte da minha mãe, no segundo trimestre, e faço malabarismo com diversas emoções e uma série de golpes do ano 2009. Parece que seja lá quem estiver a cargo dessas coisas queria ter certeza de que todos que fossem alguém fossem tirados de nós neste ano. Minha esposa diz que isso é coisa da minha mãe: Uma senhora que adorava festa não suportaria o porvir sem chamar outras figuras grandiosas para estarem com ela. John Updike, Frank McCourt, Walter Cronkite, Michael Jackson e, agora, o Senador Kennedy. 

Estou abatido e me percebo sôfrego para retomar minha criativa lâmpada de Aladin nos últimos meses. Embora as palavras me faltem agora, não posso evitar refletir sobre a história da minha família e como o drama Kennedy abastecia nossos antigos dias, nas raízes simples dos nossos avôs nos dias de “Irlandeses não precisam se candidatar” em Boston, da luta por dignidade no tratamento da classe operária por parte do poder e muitas, muitas campanhas que vieram depois. Meu pai falava de ficar acordado a noite toda com os CDFs do Comitê Democrático contando o total de votos para Truman e, depois, para Jack Kennedy. 

E como minhas próprias palavras são (relativamente) escassas no momento, só posso me voltar às palavras daqueles vivenciaram essas experiências. Meu avô, que se considerava orgulhoso por ser um dos “camisas azuis” de Roosevelt, uma vez, escreveu um poema sobre Billy Connery, seu amigo e membro do Congresso pelo 6º Distrito de Massachusetts, para quem fez campanha incansavelmente. Connery foi o co-autor de uma das legislações mais importantes que marcaram as reformas New Deal**, embora o seu nome tenha sido cortado mais tarde, quando a mesma foi resumida e se transformou no "The Wagner Act", ou até mesmo apenas "Wagner". O poema do meu avô reflete o espírito da época e da luta por um mundo novo, que foi o fundamento dos movimentos da reforma do século XX (a nota de rodapé é dele). Embora eu suspeite que ele ficaria espantado em ver como o liberalismo acabou cooptado em grande parte para atender aos interesses daqueles que já são ricos, eu sei que ele ficaria orgulhoso de aplicar essas mesmas palavras a Ted enquanto enterramos talvez a última grande personificação desses movimentos. 

Billy Connery*
de Joseph Patrick William Jennings

Oh! Não era o lampejo nos seus olhos que amávamos 
- embora o lampejo, estivesse lá, para certificar
e não era o som da sua voz que sentíamos 
era o amor que tinha pelos pobres

Era o amor que tinha pelo homem com uma lágrima 
ou pelo homem com o coração ferido 
Era o cuidado que mostrava pelo homem que ele conhecia 
E pelos milhares ainda não-nascidos 

No fim, entretanto, eles o colocaram tão frio na terra
E aquilo que era vida, agora, o tinha abandonado
Mesmo assim, sabíamos que a alma que sentíamos desde o seu nascimento 
Não poderia estar, ela própria, completamente morta 

Ele se perpetuará através das eras no homem que ele conheceu 
E nas pessoas que ainda virão a existir 
Já que as coisas que ele buscava serão eternamente verdadeiras 
E durarão até a eternidade

*Co-autor original do Decreto Trabalhista Connery-Wagner, considerado a "Carta Magna" do sindicalismo moderno. Ele atuou de Lynn, Massachusetts, durante praticamente todo o período Roosevelt. 

Descanse em paz, Senador Kennedy. Que a estrada se levante para saudá-lo; que o vento esteja sempre às suas costas; que a chuva caia suavemente sobre seus campos; e até que nos encontremos de novo, que Deus o tenha na palma da Sua mão.

Nota de tradução: **O New Deal (Novo Acordo) foi o nome dado à série de programas implementados nos Estados Unidos entre 1933 e 1937, sob o governo do Presidente Roosevelt, com o objetivo de recuperar e reformar a economia norte-americana, e assistir aos prejudicados pela Grande Depressão.

© 2009 Daniel Patrick Welch. Concedida permissão de impressão com inclusão de crédito e link para danielpwelch.com.
Traduzido por Emilia Carneiro

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Daniel P. Welch mora e escreve em Salem, Massachusetts, EUA, com sua esposa, Julia Nambalirwa-Lugudde. Juntos, eles operam The Greenhouse School. Escritor, cantor, lingüista e ativista, ele apareceu na rádio [entrevista disponível aqui] e também pode estar disponível para futuras entrevistas. Artigos passados e traduções estão disponíveis em danielpwelch.com. Links ao site são bem-vindos